segunda-feira, 2 de junho de 2008

Formação Inicial 1

(Comentário tirado da formação inicial do ALFA)
- Nunca teremos uma auto-gestão de fato nas salas de aula, porque a auto-gestão de fato pressupõe uma certa isonomia de seus participantes e a simples diferença de formação entre o educador e os educandos impossibilita essa isonomia.

Não existe a auto-gestão. O que existe é o processo de auto-gestão. A luta não deveria ser para que no fim tenhamos uma auto-gestão "de fato". A luta deveria ser para construção permanente da auto-gestão. A luta deveria ser para a construção permanente do socialismo/comunismo/anarquismo. Olhar para a auto-gestão (socialismo/comunismo/anarquismo) como um fim é uma forma de objetivização do conceito de auto-gestão (socialismo/comunismo/anarquismo).

domingo, 18 de maio de 2008

Meta Post

Vou tentar expressar nesse Post como acredito que será esse blog daqui para diante. O último Post antes do "marco histórico" tratava da separação entre processo e produto ou da objetivização. Essa separação entre produto e processo (objetivização) e a importância de nos aproximarmos dos processos (desobjetivização) deve ser o tema principal do blog e em volta desse outras questões serão tratadas. Uma das intensões dos Posts que seguirão é a permanente construção de um método coerente com o processo de desobjetivização. Nos Posts que seguem mudarei minha forma de escrever, pois acredito que a que uso agora (que chamo de argumentativa) reflete de algum jeito a "objetivização" que ataco. Porém, sendo também minha forma de escrever parte de um processo, não a mudarei bruscamente, mas gradualmente. Dessa maneira, procuro refletir, da forma mais justa que consigo, meu próprio processo de me aproximar dos processos.

sábado, 17 de maio de 2008

Marco Histórico

Acabei de entrar no ALFA. Acredito que esse tenha sido um marco. A formação inicial foi algo de epifânico e alterou de maneira profunda tudo que acredito. Não tanto o conteúdo do que acredito, mas muito mais a forma como acredito naquilo que acredito. Sinto que isso se refletirá nos Posts que aqui escrevo e, portanto, esse Post é também um marco histórico. Espero que gostem das mudanças :-)

terça-feira, 29 de abril de 2008

Processo e Produto

Chamo a atenção para a questão da separação entre processo e produto. Separação essa que em sua forma mais clara é representada pelo capital (valor). Quando damos valor a um produto o separamos de sua história. Porém, essa separação está presente de MUITAS outras formas. Está presente sempre que objetivamos um problema, sempre que nos separamos do processo. Seja a separação entre a história e o produto da ciência, entre o processo de democratização e o voto, entre a conscientização e a lei, a vida e a mais valia ou tantas outras formas que não fui ainda capaz de pensar.

"O lado bom do sistema é que ele permite colecionar os momentos da vida."
Janus Korczak

segunda-feira, 31 de março de 2008

Alienação

Sei que devo investigar o meio de produção. E devo fazê-lo de maneira crítica. Estou tão certo disso que temo ter me precipitado um pouco. Vou desacelerar agora. Antes de sugerir alternitivas serei um pouco mais cauteloso. O primeiro passo é perceber que o mundo está muito doente. Não discutirei essa parte. Se você não consegue ver o quão doente o mundo está acho que esse blog não te acrescentará muito de qualquer forma. Porém, me prenderei um pouco mais sobre os motivos dessa doença. É claro, não nego, que os motivos são muitos e não cabe a mim dizer que um ou outro é mais ou menos importante. O que quero chamar atenção nos próximos posts é sobre um desses motivos que EU considero de particular importância. Chamo a atenção sobre a questão da alienação, ou arriscando um termo mais ousado a fetichisazação, em suas diversas formas (que são muitas acredite) e âmbitos.

terça-feira, 25 de março de 2008

Meios de Produção

Pressuponho minha liberdade assim como a dos outros. Assumir a própria liberdade, é o primeiro passo. Passo que considero fundamental, mas certamente o mais fácil. O segundo passo é muito mais difícil, pois assumindo a liberdade alheia e sendo ético como definido anteriormente sou obrigado a encarar perguntas incômodas. Minha ética me força a encarar todo tipo de pergunta. Seja ela incômoda ou não. Cada qual é responsável por dar ênfase maior ou menor a uma ou outra pergunta. Porém, minha ética somada a assunção fundamental da liberdade alheia me força a encarar pelo menos uma questão incomoda que diz respeito aos meios de produção. Sou livre porque outros não o foram. Posso escrever esse texto pois tenho tempo, saúde e um computador. Tempo esse que alguém perdeu para plantar e colher o que comi hoje. Saúde essa que é negada a tantos outros que vivem em condições criminosas de falta de saneamento. Computador esse que não tenho a menor idéia de por quem foi montado e se esses que o montaram foram tratados de forma digna no processo de montagem. Minha liberdade é condicionada ao meio de produção que estou inserido. Meio de produção esse que me favoreceu em quanto desfavoreceu tantos outros. Minha liberdade priva tantas outras liberdades e, sendo ético, TENHO que pensar criticamente sobre isso. Minha ética me força a pensar o meio de produção no qual me insiro.

terça-feira, 18 de março de 2008

Igualdade de Liberdades

Até aqui o argumento só trata da liberdade, tal argumento tem sido extensamente usado para justificar centenas de ações sujas nesse mundo. O sujeito é livre para possuir uma propriedade, é livre para vender ou comprar a força de trabalho de outro, é livre para confinar ou até matar. Não é razoável que alguém possa escolher matar outro e esse outro n possa escolher não ser morto. Poderíamos adicionar um novo axioma que imponha que não deve haver distinção a priori entre os indivíduos. Ao invés disso irei modificar o primeiro axioma por um novo intrinsicamente contraditório: todos tem de ser livres.

Obs.: Peço desculpas aos leitores. Esse post deveira ser o terceiro post. Entre "Primeiro a Liberdade" e "Voltando para o Chão". Ele acabou não sendo postado no momento certo por problemas técnicos.

Ética

E aonde entra a ética? O argumento todo se apóia exatamente nas escolhas dos indivíduos. Como posso, então, assumir que exista uma moral intrinsica a toda a humanidade, ou a toda sociedade? Parto do pressuposto que isso não existe. Toda moral que se suponha válida a priori é vazia. A ética mora dentro das escolhas de cada um. Sou eu que devo, todo dia, decidir se sucumbirei a meus desejos perante minhas vontades ou não. O que não devo é deixar de me criticar. Deixar de pensar sobre a forma com que tenho tomado minhas decisões. A falta de ética mora no fechar os olhos para as consequências da escolha feita. No falso "lavar as mãos" perante as próprias ações. A ética mora exatamente no ato de assumir a responsabilidade por cada escolha. Mora no pensar sobre todas as consequências dessa escolha e nunca se acomodar com fórmulas prontas de pensar. A ética mora exatamente na auto-crítica constante das próprias escolhas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Razão

Ser racional é escolher ações que se acredita levarem ao que se deseja ou ao que se tem vontade. Mesmo que essas ações não cumpram seu papel. Estará sendo racional se escolher a ação que acredite ser a melhor para atingir algum objetivo. Dessa forma só existe racionalidade se existir objetivos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Vontades e Desejos

Tenho vontade de gastar menos água, mas tenho desejo de ficar mais um minuto no banho. Tenho vontade de me alimentar melhor, mas tenho desejo de comer aquela lasanha... A questão é: Quanta vontade eu tenho de mudar? Essas vontades são maiores do que meus desejos? E ao me perguntar isso a resposta surge clara e simples: O que define se minha vontade de mudar é maior que meu desejo de permanecer é a ação que tomo ao perceber minha vontade mudar. Toda vez que eu escolho pela vontade de mudar é porque essa é maior que meu desejo de permanecer.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Rotina

Eu acordo olho para o relógio. São nove horas. Quero continuar nacama. Levanto as dez e meia. Entro no banho e não quero mais sair. Saio do banho trinta minutos depois. Vou trabalhar em meu computador. Hora do almoço. Tenho pressa como metade de uma lasanha de micro-ondase jogo o resto no lixo. Deixo a louça para minha empregada domética lavar. Volto para o computador. Estou cansado. Ligo a tv. Propaganda de fast food. Tenho desejo de comer aquele sandwiche. Vou até o restaurante peço o sandwiche. No menu tem uma propaganda de sorvete. Como o sorvete. Volto para casa. É tarde. Não estou com sono. Ligo a tv. Reclamo comigo mesmo das injustiças sociais que vejo no jornal. Pego no sono as duas da manhã.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

As Não-escolhas

Ao admitir a responsabilidade fica claro a necessidade de se tomar uma importante decisão: assumirei essa responsabilidade? Note que não é possível se abster de responsabilidade. Toda escolha reflete no mundo, inclusive as não-escolhas. Quando se escolhe não escolher uma escolha foi feita como qualquer outra e, como qualquer outra, terá seu reflexono mundo. Uma vez admitida a responsabilidade não há mais como fugir dela, é preciso no mínimo aprender a conviver com ela. No que tornamos a questão: assumirei essa responsabilidade?

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Se Inserindo no Mundo

É exatamente aqui onde a idéia fica vaga que tudo começa a ficar interessante. Quero ser livre. Quero poder escolher qualquer coisa. Porém, cada escolha que faço restringe as escolhas que cada individuo pode fazer. Logo, tenho uma responsabilidade infinita por cada escolha que faço. Quando faço uma escolha o mundo todo faz essa escolha comigo. Essa responsabilidade me insere no mundo e de repente não estou mais sozinho.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Abandonando o Cartesianismo

Exatamente por ser esse axioma intrisicamente contraditório não posso mais prosseguir o argumento de forma cartesiana como vinha fazendo até então. Vou parar de chamar essa sentença de axioma. Nesse ponto tudo muda, pois é claro aqui que a necessidade da liberdade para todos é o ponto principal de tudo o que eu acredito e que não é possível conseguir a liberdade plena para todos (mesmo considerando a liberdade que a natureza nos permite) porque as escolhas de uns restringem escolhas de outros. Também não é possível limitar o máxima liberdadede um indivíduo a toda aquela escolha que não restrinja escolhas alheias, pois toda escolha restringe escolhas alheias. Por fim é também impossível quantificar o que cada um pode escolher. Portanto vamos apenas prosseguir com essa idéia vaga do que é desejável e torcer que ela dê alguns frutos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Voltando para o Chão

Quero a liberdade mais plena. Porém é claro que a liberdade plena não só utópica é impossível lógica e fisicamente. Não posso escolher pertencer ao conjunto de todos os conjuntos. Não posso escolher ir voando até minha casa. Da mesma forma não posso dar um soco em alguém e escolher não recebê-lo de volta ou escolher que vou tocar violão deforma magnífica sem ter praticado antes um único dia da minha vida. A natureza restringe aquilo que é possível. As leis da natureza são leis exatamente porque restringem os mundos possível. Nem tudo é passível de ser escolhido.