segunda-feira, 31 de março de 2008

Alienação

Sei que devo investigar o meio de produção. E devo fazê-lo de maneira crítica. Estou tão certo disso que temo ter me precipitado um pouco. Vou desacelerar agora. Antes de sugerir alternitivas serei um pouco mais cauteloso. O primeiro passo é perceber que o mundo está muito doente. Não discutirei essa parte. Se você não consegue ver o quão doente o mundo está acho que esse blog não te acrescentará muito de qualquer forma. Porém, me prenderei um pouco mais sobre os motivos dessa doença. É claro, não nego, que os motivos são muitos e não cabe a mim dizer que um ou outro é mais ou menos importante. O que quero chamar atenção nos próximos posts é sobre um desses motivos que EU considero de particular importância. Chamo a atenção sobre a questão da alienação, ou arriscando um termo mais ousado a fetichisazação, em suas diversas formas (que são muitas acredite) e âmbitos.

terça-feira, 25 de março de 2008

Meios de Produção

Pressuponho minha liberdade assim como a dos outros. Assumir a própria liberdade, é o primeiro passo. Passo que considero fundamental, mas certamente o mais fácil. O segundo passo é muito mais difícil, pois assumindo a liberdade alheia e sendo ético como definido anteriormente sou obrigado a encarar perguntas incômodas. Minha ética me força a encarar todo tipo de pergunta. Seja ela incômoda ou não. Cada qual é responsável por dar ênfase maior ou menor a uma ou outra pergunta. Porém, minha ética somada a assunção fundamental da liberdade alheia me força a encarar pelo menos uma questão incomoda que diz respeito aos meios de produção. Sou livre porque outros não o foram. Posso escrever esse texto pois tenho tempo, saúde e um computador. Tempo esse que alguém perdeu para plantar e colher o que comi hoje. Saúde essa que é negada a tantos outros que vivem em condições criminosas de falta de saneamento. Computador esse que não tenho a menor idéia de por quem foi montado e se esses que o montaram foram tratados de forma digna no processo de montagem. Minha liberdade é condicionada ao meio de produção que estou inserido. Meio de produção esse que me favoreceu em quanto desfavoreceu tantos outros. Minha liberdade priva tantas outras liberdades e, sendo ético, TENHO que pensar criticamente sobre isso. Minha ética me força a pensar o meio de produção no qual me insiro.

terça-feira, 18 de março de 2008

Igualdade de Liberdades

Até aqui o argumento só trata da liberdade, tal argumento tem sido extensamente usado para justificar centenas de ações sujas nesse mundo. O sujeito é livre para possuir uma propriedade, é livre para vender ou comprar a força de trabalho de outro, é livre para confinar ou até matar. Não é razoável que alguém possa escolher matar outro e esse outro n possa escolher não ser morto. Poderíamos adicionar um novo axioma que imponha que não deve haver distinção a priori entre os indivíduos. Ao invés disso irei modificar o primeiro axioma por um novo intrinsicamente contraditório: todos tem de ser livres.

Obs.: Peço desculpas aos leitores. Esse post deveira ser o terceiro post. Entre "Primeiro a Liberdade" e "Voltando para o Chão". Ele acabou não sendo postado no momento certo por problemas técnicos.

Ética

E aonde entra a ética? O argumento todo se apóia exatamente nas escolhas dos indivíduos. Como posso, então, assumir que exista uma moral intrinsica a toda a humanidade, ou a toda sociedade? Parto do pressuposto que isso não existe. Toda moral que se suponha válida a priori é vazia. A ética mora dentro das escolhas de cada um. Sou eu que devo, todo dia, decidir se sucumbirei a meus desejos perante minhas vontades ou não. O que não devo é deixar de me criticar. Deixar de pensar sobre a forma com que tenho tomado minhas decisões. A falta de ética mora no fechar os olhos para as consequências da escolha feita. No falso "lavar as mãos" perante as próprias ações. A ética mora exatamente no ato de assumir a responsabilidade por cada escolha. Mora no pensar sobre todas as consequências dessa escolha e nunca se acomodar com fórmulas prontas de pensar. A ética mora exatamente na auto-crítica constante das próprias escolhas.